Universidade Aberta

Enquanto que o Projeto Câmara vai à Escola realiza palestras cujos temas são propostos pelas escolas, o projeto Universidade Aberta desenvolve conferências com debates nas universidades  a partir dos estudos e pesquisas desenvolvidos pelo autor. O objetivo é traduzir para os alunos do ciclo básico dos cursos de humanidades, obras e autores atuais para compreensão de problemas políticos do mundo contemporâneo. Cada conferência  é feita com base em uma obra central das ciências humanas. Eventualmente, professores de educação básica interessados nos temas do projeto, poderão solicitar  a partir de discussão prévia. São elas: 

A Escola não é uma empresa

A conferência aborda o tema da escola sob o dogma do mercado. Descreve o poder e gerenciamento na escola neoliberal além de indicar os pressupostos do novo gerenciamento educativo e suas contradições no gerenciamento da escola. Seu ponto de partida é a obra de Christian Laval, A Escola não é uma empresa: o neoliberalismo em ataque ao ensino público (Editora Boitempo, 2019), de sua autoria.

Mercado Público: história, religião e cultura na vida da cidade

A conferência aborda a evolução do Mercado Público, desde os primeiros esforços para sua construção, a evolução do entorno, passando por suas reformas, incêndios, a enchente de 1941, bem como seu papel cultural e religioso na vida da cidade.

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Analisa ainda o papel econômico do mercado público na vida da cidade, bem como a luta entre as perspectivas de defesa da manutenção da tradição e incorporação gradual da modernidade frente aos interesses de desagregação do espaço promovidos por políticas neoliberais.  A palestra encerra trazendo a discussão dos aspectos relativos à proposta de parcerias público-privadas e suas consequências para a organização do mercado, criticando os aspectos que denotam a ascensão de valores de mercado em detrimento da sua cultura e identidade. Sua base é a obra do escritor Rafael Guimarães, Mercado Público, Palácio do Povo ( Editora Libretos, 2012).

A legitimidade política

A conferência aborda o conceito de legitimidade politica, descrevendo sua evolução e crise, a democracia atual e os movimentos de ira. Aborda também aspectos do terrorismo global e colapso da ordem política, com análise dos casos de Espanha e Brasil.  Sua referência é a obra de Manuel Castells,  Ruptura: a crise da democracia liberal (Rio de Janeiro, Zahar 2018).

Defendendo a democracia.

Definição de democracia e liberdade.  A liberdade não vem pela violência, mas pela paz. A importância da negociação e a busca da justiça. As fontes do poder democrático. A importância das disputas não violentas e os mecanismos de mudanças na defesa da democracia. A distribuição de responsabilidades e disputa responsável na política de defesa da democracia. Metodos de ação social não violenta. SHARP, Gene. Da ditadura à democracia. Lisboa, Tinta da China, 2015.

Como são governadas as cidades brasileiras?

As políticas municipais. Partidos e eleições municipais. A gestão municipal e as burocracias. As parcerias públicas privadas. Políticas de desenvolvimento. Capacidade estatal na segurança pública municipal. O controle externo das prefeituras. MARENCO, André & NOLL, Maria Isabel. A política, as políticas e os controles. Porto Alegre, tomo editorial, 2018.

Sebastião Melo, Prefeito de Porto Alegre e Bins Ely, Presidente da Câmara Municipal

A perversão das relações de trabalho

O fim das relações de solidariedade social. Trabalho e instituições de defesa do trabalho. Neoliberalismo e corrosão das instituições. A justiça. A grande confusão: a dificuldade de ser um trabalhador protegido nos dias de hoje.  Rumo a perversão das relações de trabalho. LEBRUN, Jean-Pierre. A perversão comum: viver juntos sem outro. Rio de Janeiro, Companhia de Freud, 2008.

A democracia como princípio político do comum

Democracia e comum como princípios políticos. A emancipação pelo trabalho. Empresas e economias que visam o bem comum. Os serviços públicos como instituições do comum. DARDOT, Pierre & LAVAL, Christian. Comum. São Paulo, Boitempo, 2017.

Ato em defesa da democracia

Limites da economia

A economia como ciência exata e como ciência social. Teoremas qualitativos e significância estatística. O vínculo da economia com a realidade. Os limites da ciência econômica e a vida de cada um. MACCLOSKEY, Deirde. Os pecados secretos da economia. São Paulo, UBU, 2017.

Economia e cidadania

A igualdade no centro da economia. Reinventar a política industrial. Gestão das empresas. Como chegar ao pleno emprego. Fiscalização solidária. A proteção social. Domesticar as finanças.  Coletivo de animação dos economistas aterrados. Novo manifesto dos economistas aterrados. 15 caminhos par outra economia. Coimbra, Actual, 2015. Capitulo II, Por a igualdade no centro da economia (p.27-34)

A comida como negócio

A fome como problema político. As características do sistema agroalimentar. De onde vem o que comemos. O campesinato e a agricultura. Transgênicos, o agronegócio e os supermercados. O comercio justo. ESTEVE, Esther Vivas. O negócio da comida. São Paulo, Expressão Popular, 2017.

O novo urbanismo militar

Guerras na cidade. O problema das fronteiras. Guerras de carro. As cidades como zonas de conflito. A doutrina de segurança. Militarização da polícia x policialização das forças militares. O lugar dos cidadãos na esfera pública. GRAHAM, Stephen. Cidades sitiadas: o novo urbanismo miliar. São Paulo, Boitempo, 2016.

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O problema da moradia no Brasil

A financeirização da moradia no brasil. A expansão do complexo imobiliário financeiro. O velho e o novo na política urbana brasileira. Como tornar a favela financiável. ROLNIK, Raquel. Guerra dos lugares: a colonização da terra e da moradia na era das finanças. São Paulo, Boitempo, 2015.

O espetáculo da intimidade

Expor-se ao público, proteger-se. A vida como relato. A importância do privado. A subjetividade instantânea. O Culto à personalidade. Pânico da solidão e a gestão de si como marca. SIBILA, Paula. O show do eu- a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro, Contraponto, 2016.

Menos Digital, Mais Humano

Como impedir que as novas tecnologias corroam o humano. Novas formas de cooperação e emancipação. O valor da imaginação e da crítica no pós-capitalismo. RENDUELES`, César. Sociofobia: mudança política na era da utopia digital. São Paulo, Edições SESC, 2016.

Passados e presentes do medo

A história do medo. Sociedades sem medo. Medo e natureza. Medo, fome e calamidades. O Medo no mundo medieval. Medo e natureza humana. O medo no campo e na cidade. A humilhação pública. Enfrentar o medo. TUAN, Yi-Fu. Paisagens do medo. São Paulo, Editora da Unesp, 2005. Cap. 16. Medos: passados e presentes (p. 333-346).

A alma do mundo e a experiência do sagrado

O tema de Deus. A dimensão do sagrado.  O pensamento místico. A ideia de salvação. A religião como alegoria e mito. Os significados da morte. Ciência e Transcendência. Porque a religião ocupa os vazios da ciência para entender o que somos. SCRUTON, Roger. A alma do mundo. Rio de Janeiro, Record, 2017.

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Dimensões da submissão

Pode-se aceitar o inaceitável? Obrigações éticas. O valor do civismo. A responsabilidade sem limites. Dimensões do conformismo e do consentimento. As raízes da obediência. GROS, Frédéric. Desobedecer. São Paulo, Ubu Editora, 2018. Capitulo 12. A responsabilidade sem limites. (p. 186-198)

Dimensões do sofrimento social.

Compartilhando afetos. Evitar o ódio. Somos todos vândalos? Cuidar ou controlar? Sofrendo do outro e com o outro. Individualismo à Brasileira. Patologias do individualismo à brasileira. A cultura da indiferença. DUNKER, Christian. Reinvenção da intimidade. Políticas do sofrimento cotidiano. São Paulo, UBU, 2017.

A importância das artes liberais em todos os níveis de ensino.

Porque a democracia precisa de humanidades. A Educação para o lucro x educação para a democracia. Educar os cidadãos. A importância da argumentação. A educação democrática.  NUSSBAUM, Martha. Sem fins lucrativos: Porque a democracia precisa de humanidades. São Paulo, Martins Fontes, 2015.

A escola neoliberal

Novo capitalismo e educação. A escola neoliberal. O conhecimento como fator de produção. A profissionalização. A escola sob o mercado. Efeitos. Gerenciamento na escola neoliberal. LAVAL, Christian. A escola não é uma empresa. Londrina, Editora Planta, 2004.

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A história da ideia de paz

Da revolução francesa aos dias atuais. Como é possível construir um mundo sem guerras? Como confiar na não violência? O Papel da democracia na manutenção da paz. A ideia de paz em grandes intelectuais e homens de estado.  LOSURDO, Domenico. Um mundo sem guerras. São Paulo, UNESP, 2018.

Como expressar-se nas ruas.

O direito de usar as ruas politicamente, possibilidades e limites. As alianças e a ética de convivência. A liberdade de assembleia para constituição de um povo. BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2008.

Como mudar o mundo

Acrescente beleza ao mundo. A importância do amor. O verdadeiro papel do dinheiro. Maneiras de agir. Tipos de ações políticas. Discussões e exemplos.  FLINTOFF, John-Paul. Como mudar o mundo. Rio de Janeiro, Objetiva, 2012.

A economia política global

A lógica sistêmica pós 1980 na economia global. Como o conhecimento é usado para produzir brutalidade. O capitalismo em sua forma predatória. Como as populações mundiais tem sido expulsas da terra, de seu meio de subsistência. Porque a busca do lucro tem-se tornado um mecanismo devastador que não obedece mais aos mecanismos de governança. Leitura de Saskia Sassen, Expulsões – brutalidade e complexidade na economia global. Paz e Terra, 2016.

Por uma outra economia

O papel dos desajustados na economia. Atores marginais criando soluções econômicas. Crítica às políticas neoliberais. Como reinventar a gestão, a política industrial e a economia com igualdade. A despesa pública e a austeridade. Leitura de Alexa Clay, A economia dos desajustados – alternativas informais para um mundo em crise, Figurati, 2015.

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A dívida como fundamento neoliberal

A dívida como coração do projeto neoliberal. Endividar estados, endividar pessoas. Dividas como construção política. O vínculo entre credor e devedor como relação social. O papel de bancos e empresários. O sistema da dívida como estrutura do capitalismo. Leitura de Maurízio Lazzarato, O governo do Homem endividado. N-1 Edições, 2017.

O problema da fronteira

Americanos e mexicanos. Brasileiros e Venezuelanos. Muros visíveis e invisíveis. Os novos territórios simbólicos, materiais e físicos. A proliferação de muros e separações como expressão do poder transnacional. Soberania, fronteira e democracia. Leitura de Wendy Brown, Estados Amurallados, soberania em declive. Herder, 2015

Impasses da democracia no Brasil:

Dos movimentos de 2013 nas ruas a turbulência de 2015. A ascensão do conservadorismo político e social.  Os custos do presidencialismo de coalização. Corrupção e democracia. O papel da classe média na ruptura do consenso democrático. Leitura de Leonardo Avritzer, Impasses da democracia no Brasil (José Olímpio Editores, 2016).

As engrenagens do sistema político brasileiro

O papel do capital no financiamento das eleições. Porque quem doa tem interesse no estado. Como as contribuições de campanha afetam o resultado das eleições. Porque as emendas valem ouro? Como os lobbies afetam as comissões? Como a cooptação financeira depreda ao Estado. Leitura de Bruno Carazza, Dinheiro, eleições e poder. Cia das Letras, 2018.

Reunião conjunta das comissões é exemplo de engrenagem política. (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Redes sociais, Jovens e política

O nascimento da internet e o surgimento das redes políticas. Como as redes sociais mudaram as formas de fazer política. A juventude e a sedução das novas tecnologias: o que acontece com a mente humana diante do desktop? Celulares, captura da subjetividade e política. As tecnologias como fim do respeito na política. Leitura de Byung Chul Han, A Sociedade da Transparência, Vozes.

Como escolher um deputado federal, estadual, governador, presidente e senador?

O histórico do eleito. O papel do partido político, do programa e do candidato. Alinhamento de votos: é preciso sempre votar alinhado? Candidato que migra é bom candidato? Partidos coligados são bons partidos? Como funciona o sistema eleitoral? Leitura de Jairo Nicolau, Representantes de quem? Os descaminhos do seu voto da urna à Câmara dos deputados. Zahar, 2017.

Porque há políticos que não nos representam?

A crise da legitimidade política. O ódio à democracia e aos políticos. A emoção na política. A autodestruição da política pelo processo democrático. Analise do caso americano, espanhol e brasileiro. Leitura de Manuel Castells, Ruptura, a crise da democracia liberal (Zahar 2018).

Ocupar como estratégia

O papel da indignação como mobilização. Novas experiências políticas: dos jovens das ruas à ocupação das escolas. Sem teto e as ocupações de prédios: os Lanceiros Negros e a luta pela moradia. Relações governo-estudantes. Porque a aula foi para a rua? Ocupações em Porto Alegre. Leitura de Antônia Camos, Escolas de Luta. Editora Veneta, 2016.

Novas formas do sofrimento psíquico na era neoliberal

Novas patologias sociais. O corpo como lugar de sofrimento social. Sexo, drogas e biopolitica. Neoliberalismo, doença mental e fragmentação da intimidade. A condição humana hoje como alvo do capital. Leitura de Antônio Damásio, A estranha ordem das coisas. Cia das Letras, 2018.

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